O Cruzeiro vive neste momento um período de reestruturação das finanças, onde está evitando contratar jogadores caros e consagrados, mas a história do clube nem sempre foi assim. Até o rebaixamento para a Série B, em 2019, a Raposa tinha o costume de montar grandes elencos e empilhar títulos. No começo dos anos 2000 a aposta foi em ex-jogador do Atlético-MG, desejo antigo de Zezé Perella, ex-presidente do Cabuloso.
A aposta de Zezé Perella era no atacante Guilherme, ídolo do Atlético-MG. Atuando no Oriente Médio em 2003, o atacante saiu do país temendo ataques por conta da guerra do Iraque. De volta ao Brasil, não demorou muito para que os dirigentes do Cruzeiro fossem atrás do jogador, que tinha sido artilheiro do Brasileirão de 1999 pelo Galo.
Em entrevista ao portal No Ataque, Guilherme deu detalhes de como funcionaram as conversas para virar jogador do Cruzeiro. “Eu volto [da Arábia Saudita] e em seguida o Zezé me liga. Eu estava em Marília, num sábado. ‘Guilherme, bom? Zezé do Cruzeiro’. Eu disse: ‘Ah, tá bom… Quem é?!’. Pô, uma hora dessas, o Zezé vai me ligar? ‘Ô Guilherme, é o Zezé’. Eu, ‘Ah tá… Oi, boa tarde’. Achei que era zoação de um amigo meu. Mas não era…”, revelou o ex-jogador.
Vindo de grande temporada em 2003, o Cruzeiro esperava repetir a dose em 2004, mas não foi possível. A contratação de Guilherme era vista como importante para que o time continuasse empilhando títulos, mas dentro de campo as coisas não andaram como esperado.
“Começamos a conversar, e logo depois o Vanderlei [Luxemburgo] me liga. O Cruzeiro tinha ganho a Tríplice Coroa, e o grande objetivo em 2004 era ganhar a Libertadores, ir para o Mundial, e o Vanderlei também, que nunca tinha ganho uma Libertadores. E aí eu fui contratado, o Rivaldo, o Bruno Quadros, montou um timaço, mas infelizmente as coisas não aconteceram”, acrescentou.
Com passagem rápido na Raposa, Guilherme disputou 39 jogos e marcou 14 gols, onde conquistou o título mineiro daquela temporada. Encerrando a entrevista, o atacante contou que não existe arrependimento por ter jogado no Cruzeiro.
“[Jogar no Cruzeiro] foi uma coisa profissional. Tem o erro [que cometi] no jogo contra o Atlético, mas quantos outros atletas e treinadores não trabalharam nos dois clubes? Então isso foi uma coisa bastante profissional”, completou.
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