Minas Arena cita Cruzeiro ao falar sobre problemas no Mineirão
Não é segredo para ninguém que Ronaldo, sócio majoritário do Cruzeiro, tem interesse em administrar o Mineirão em um futuro breve. Basta lembrar a reunião do gestor com o atual governador do estado, Romeu Zema, e a recente declaração do secretário de Infraestrutura e Mobilidade, Fernando Marcato, que afirmou que o governo estuda romper com a Minas Arena.
Após a veiculação da notícia, a empresa que, por contrato, administra o Mineirão, enviou uma carta a Marcato e alegou ‘grande surpresa e preocupação’, com a possibilidade de o estado romper a concessão do Gigante da Pampulha. Ronaldo estaria na fila para assumir.
A situação, porém, não é tão simples. De acordo com Marcato, o estado está amparado em lei para romper unilateralmente o contrato. Contudo, há uma multa rescisória de cerca de R$400 milhões. Com isso, a nova empresa que pretende administrar o estádio terá que ter um aporte inicial de, no mínimo, o valor da dívida. Nem o Cruzeiro não tem.
Mas não custa lembrar que, pouco após se encontrar com Zema, Ronaldo marcou uma reunião com um grupo formado por mais de 30 empresários. Na pauta, ao que tudo indica, o gestor já negociava futuras parcerias para entrar na concessão do estádio do Mineirão.
O que disse a Minas Arena sobre o Cruzeiro?
Fernando Marcato afirmou que o objetivo é reduzir as despesas mensais com os repasses previstos à Minas Arena. Até hoje, foram pagos mais de R$1 bilhão, por conta das obras para o estádio receber a Copa do Mundo de 2014. Os pagamentos são previstos até 2037.
Veja trechos da carta, revelada pelo Superesportes. “O tema da encampação jamais fora suscitado com a Minas Arena, a despeito da postura colaborativa e do bom canal de comunicação estabelecido pela Concessionária com os representantes do estado”, inicia.
“Inclusive em razão disso causou grande surpresa e preocupação a inédita declaração feita por V. Sa. à mídia de que o contrato poderia ser encampado pelo Estado de Minas Gerais no próximo ano (2023), para que fosse objeto de uma nova licitação, muito embora a Concessionária venha cumprindo com suas obrigações contratuais e apesar de a Concessão ainda não está sequer na metade de seu prazo”, disse a Minas Arena, na carta.
“Da mesma forma, as hipóteses referidas por V. Sa. para uma eventual integração entre Cruzeiro e Minas Arena também nunca foram objeto de discussão entre as Partes. Essa postura do Estado de Minas Gerais de divulgar na mídia assuntos afetos à Concessão que nunca foram debatidos com a Minas Arena viola as condutas esperadas”, finalizou.