Menosprezou Ronaldo no Cruzeiro e agora passa sufoco com a SAF

Um assunto ganhou as capas dos noticiários esportivos em um passado recente. Trata-se da Sociedade Anônima do Futebol. A lei, aprovada no Congresso Nacional em 06 de agosto de 2021, basicamente, facilitou a transformação de clubes em empresas.

Vale destacar que, em tese, os clubes brasileiros que não são uma SAF, são geridos por uma associação civil sem fins lucrativos, pelo menos no papel. Dentro deste modelo, vivia-se na ilusão de que uma equipe era administrada por seus torcedores. Ora, falácia!

Grosso modo, pode-se dizer que há dois tipos de Sociedades Anônimas do Futebol, uma delas é quando o clube é vendido para um grande capital privado, como o caso do Grupo City ou do empresário John Textor, do Botafogo. Neste parâmetro, um caminhão de dinheiro para à porta do centro de treinamento e as contratações de peso desembarcam. 

O outro modelo o torcedor celeste conhece mais a fundo. Trata-se de um sistema de gestão movido a longo prazo. Neste ponto, a expectativa é de, no caso específico do Cruzeiro, recuperar a confiança do clube no mercado e atrair investidores. 

Entre Cruzeiro e Botafogo, qual SAF deu certo?

John Textor e Ronaldo, cada um deles representa um modelo de SAF citado acima. Ao comprar as ações e se tornar sócio majoritário do Botafogo, o empresário estadunidense trouxe consigo muita esperança para a torcida, que cogitou ter um grande time neste ano. 

Contudo, a situação interna do Glorioso está delicada. De acordo com o jornalista Lauro Jardim, em sua coluna do portal O Globo, a SAF do Botafogo trabalha com estimativas internas de um prejuízo operacional de R$130 milhões em 2022. A cifra, inclusive, é superior aos R$55 milhões registrados no ano passado, quando o clube disputava a Série B.

Além disso, pelas regras da SAF no Brasil, há, prevista em lei, a obrigação para que seja entregue ao conselho fiscal um balanço orçamentário a cada três meses. O Botafogo está a seis meses sem nenhum dado financeiro publicado. 

Para piorar a situação, durante a semana passada, Fernando Pereira, representante do Botafogo no conselho fiscal da SAF, renunciou ao cargo. O empresário tem sofrido fortes críticas da torcida, pois, apesar de ter dinheiro e investimento, não sabe como usá-lo. 

Ao se tornar sócio majoritário do Cruzeiro, Ronaldo, por sua vez, não trouxe um caminhão de dinheiro para depositar no clube. Empresário que é, o gestor trabalha com a idade de reerguer a credibilidade do clube estrelado. Pode-se dizer que tem conseguido.

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