Quanto o estádio Mineirão custaria para o Cruzeiro?
Recentemente, o Cruzeiro viu surgir no belo horizonte celeste uma possibilidade de ouro: passar a administrar o Mineirão em 2023. Isso porque, o governo do estado estuda romper o contrato vigente com a Minas Arena, empresa que, atualmente, toma conta do estádio.
De acordo com o secretário de Infraestrutura e Mobilidade, Fernando Marcado, o objetivo é reduzir o custo do estado com a operação do Gigante da Pampulha. Desde 2013 até agora já foram repassados pelo poder público mais de R$1 bilhão à empresa.
“Eu, como gestor público, tenho um desafio. Eu pago R$10 milhões por mês para a manutenção do Mineirão. O Governo gasta R$120 milhões com o Mineirão. A partir do ano que vem esse valor cai, mas ainda assim serão R$50 milhões por ano de gasto”, iniciou.
“Toda vez que tenho que consertar buraco na estrada ou o governador precisa construir uma escola, um hospital, a gente se pergunta: esses R$50 milhões não deveriam estar sendo investidos nisso, em vez de investir em um estádio?”, questionou Fernando Marcado.
O que o Cruzeiro precisa fazer para administrar o Mineirão?
Vale destacar, de antemão, que o estado é autorizado por lei para romper unilateralmente contratos de concessões. Porém, deve-se respeitar o valor estipulado em contrato para o rompimento, que gira em torno de R$400 milhões. No entanto, o montante seria menor do que o governo teria que repassar à Minas Arena até o final do período contratual.
Os repasses do governo à empresa acontecem por conta da obra de modernização iniciada no estádio em 2010. A reforma aconteceu para que o Gigante da Pampulha pudesse ser uma das sedes da Copa do Mundo, em 2014, que foi realizada no Brasil. Vale lembrar que o Mineirão foi o palco do fatídico 7 a 1.
“Por lei, o estado pode, por interesse público, rescindir, o que a gente chama de encampação do contrato, desde que pague a indenização devida. O cálculo dessa indenização não é simples, mas é possível de ser feito’, disse. Porém, o modelo de licitação seria diferente.
De acordo com o gestor, a expectativa é abrir o processo licitatório para receber propostas. Inicialmente, o valor tem que ser, no mínimo, de R$400 milhões, para pagar a dívida com a Minas Arena. Porém, se uma empresa oferecer mais, o estado ficaria com o excedente para investir em outras coisas. O período seria de 50 anos.
Desta forma, para que o Cruzeiro possa administrar o Gigante da Pampulha, terá que ter um aporte inicial superior aos ‘concorrentes’. Para isso, Ronaldo teria que capitalizar recursos e atrair investidores. O estado, no entanto, não pode beneficiar uma empresa em detrimento de outras.