Lenda do Cruzeiro abre o jogo e revela bastidores do título da Libertadores de 97
Maestro do Cruzeiro na campanha que terminou com o bicampeonato da Copa Libertadores de 1997, o ex-camisa 10 do clube estrelado, Palhinha, apesar de ter ficado pouco tempo na Toca da Raposa, cerca de um ano e meio, deixou um legado que jamais será esquecido. Há pouco mais de 25 anos, o Cruzeiro conquistava a América pela segunda vez.
A caminhada celeste até o título, no entanto, não foi fácil. O clube mineiro perdeu os três primeiros jogos na fase de grupos e esteve por um fio a dar adeus ao sonho do título. Na volta ao Brasil, o técnico Paulo Autuori, que havia assumido o posto durante o torneio, decidiu levar o time para um recinto de concentração, no interior de São Paulo.
Palhinha, em entrevista recente ao Superesportes, relembrou aquela campanha e a viagem do grupo. “Nós nos reunimos e nos perguntamos o que estávamos fazendo de errado. Nunca teve grupo dividido. Discussão, um cobrar o outro, isso sempre tem que ter. Se não tiver, aí sim tem coisa errada”, iniciou.
O maestro da Raposa naquela conquista ainda ressaltou o trabalho fundamental da nova comissão técnica para o título. “Felizmente veio o Autuori e o auxiliar Renê Webber.A nova comissão tinha uma maneira diferente de conduzir em termos de conversa. Quando ficamos no hotel-fazenda, descobrimos que o que faltava era a gente estar junto”, lembrou Palhinha.
A caminha do Cruzeiro até o título
Com três vitórias no returno da fase de grupos, o clube estrelado conseguiu uma vaga para as partidas eliminatórias. O Cruzeiro venceu o Grêmio por 1 a 0, no Olímpico. Em seguida, o clube celeste bateu o Alianza Lima, por 2 a 0. Por fim, o time conquistou uma vitória por 2 a 1 sobre o Sporting Crista. O Cruzeiro terminou na segunda posição, com nove pontos.
Nas oitavas de final, o Cruzeiro passou pelo El Nacional-EQU nos pênaltis, com atuação heroica de Dida. Nas quartas, eliminou o Grêmio, com gol do volante Fabinho já no fim. Nas semifinais, superou o Colo Colo também nos pênaltis.
A finalíssima foi diante do Sporting Cristal, no Mineirão lotado. O título veio dos pés de Elivélton, em um chute de fora da área. Em 13 de agosto de 1997, o Cruzeiro voltou a conquistar a América.
“Aquela era uma oportunidade única que eu tinha no Cruzeiro. Ou você escreve seu nome na história ou não vai ter outra oportunidade. Pra mim teve um valor maior porque já tinha sido campeão pelo São Paulo e dizem que santo de casa não faz milagre. Tive que voltar para Minas para ser campeão pelo Cruzeiro”, finalizou Palhinha.