Ex-craque da seleção brasileira fala sobre passagem pelo Cruzeiro

Em entrevista ao Superesportes, Gilberto, ex-lateral-esquerdo, revelou histórias de suas passagens no Cruzeiro, além de contar sobre sua carreira como coordenador da categoria de base do Flamengo.

O ex-jogador começou sua carreira fora dos gramados em 2016, ao virar dirigente do América-RJ. Depois de dois anos, foi estudar mais para poder cumprir os papéis fora dos gramados. 

“Eu tinha parado de jogar em 2012, depois de vestir a camisa do América-MG. Dei um tempo muito grande com envolvimento com futebol. Em 2016, tive a possibilidade de ser um diretor executivo de um clube da Segunda Divisão do Rio de Janeiro. Fui para lá, fiquei dois anos, e vi que precisava me capacitar mais para ter entendimento”, disse.

Gilberto fez diversos cursos da CBF  para se aprofundar no ramo, além do processo seletivo para comandar o  Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) no futebol de base do Flamengo no final de 2021. 

“Era uma coisa que eu queria muito. Jamais quis ser treinador. Hoje tenho pouco estresse para trabalhar, porque cada um na sua função fazendo o melhor. Tenho a possibilidade de conversar com o Mário Jorge, treinador; o preparador físico, o coordenador científico. Fico mais na intervenção da parte técnica com os atletas. É um auxílio a mais, porque na categoria Sub-20 os atletas já chegam com capacidade técnica e física a ponto de alguns já performarem no profissional”, explicou.

Gilberto pelo Cruzeiro

Chegou ao clube em 1998 por empréstimo junto ao Flamengo. Foi campeão mineiro, mas foi vice na Copa do Brasil, Mercosul e no Campeonato Brasileiro. O ex-jogador lembrou da época e não aprovou o pensamento dos torcedores na época.

“Tacharam a equipe e o Levir Culpi de ‘Levice’ nesse ano, sendo que para um treinador da categoria que era o Levir, chegar em quatro de cinco finais de competições importantes. Não foi um ano trágico, mas é a visão do brasileiro, que acha que só a vitória é o mais importante. Se for parar para pensar, em qualquer outro país isso não existe”, revelou.

Após carreira na Europa e em outros clubes do Brasil, Gilberto voltou ao Cruzeiro em 2009, após o vice-campeonato da Libertadores. Ajudou a equipe a ficar com o 4° lugar no Brasileiro.

Assombrado pelo vice-campeonato e derrotas inesperadas

Em 2010, mais uma vez foi vice-campeão com o clube. Desta vez, para o Fluminense. O jogo decisivo foi contra o Corinthians, a quatro rodadas do fim. Na ocasião, Sandro Meira Ricci marcou um pênalti polêmico do ex-lateral, decretando a derrota do Cabuloso. Expulso por reclamação, Gilberto revela que o jogo foi decisivo para o vice.

“É difícil falar que o árbitro foi determinante para o Cruzeiro não ser campeão, mas aquele jogo mudou um pouco a história da competição. Se não me engano,precisávamos vencer aquele jogo para nos tornarmos líderes da competição”, lamentou.

Em 2011, após receber o apelido de “Barcelona das Américas”, a Raposa iniciou a temporada a milhão, conquistando o Estadual e começando muito bem na Libertadores.

Porém, se despediu do torneio de forma precoce, perdendo para o Once Caldas em casa, após vencer a partida de ida por 2 a 1, na Colômbia. Após o resultado negativo, o clube caiu de produção e brigou para não ser ebaixado.

“A derrota para o Once Caldas machucou muito e abriu uma ferida muito grande no grupo, de sentimento talvez. Por ter perdido uma competição que sabíamos que poderíamos ter ido muito mais longe. Ficou difícil segurar, o ambiente não ficou o mesmo, o Cuca também não conseguiu dar conta do ambiente, apesar de ser um baita gestor”, relembrou.

Feliz com o desempenho e gratidão pelo clube

Por fim, Gilberto se mostra feliz com o desempenho que obteve no clube, apesar de diversos vices e campanhas que poderiam ter chegado mais longe. 

“Apesar de não ter dado um título expressivo para o Cruzeiro, minhas performances individuais vestindo a camisa do Cruzeiro sempre foram de alto nível”, finalizou.

Pela camisa celeste, foram 156 jogos, marcando 21 gols, e se tornando campeão de dois Campeonatos Mineiros. Gilberto ainda disputou duas Copas do Mundo (2006 e 2010).

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