Cruzeiro se recusa a assinar acordo bilionário e motivo é revelado

A Libra conquistou um importante marco ao obter 14 assinaturas para avançar em seu projeto, contando com o apoio estratégico da Mubadala.

No entanto, algumas das mais tradicionais e emblemáticas instituições do futebol brasileiro, como o Botafogo, Cruzeiro e Vasco, continuam em fase de indecisão em relação à adesão à Libra. 

Embora a proposta intermediária oferecida pela empresa inclua o pagamento de R$ 4 bilhões e um sinal de R$ 3 milhões, as três Sociedades Anônimas de Futebol (SAFs) estão analisando cuidadosamente as condições para tomar uma decisão.

Libra: 14 clubes assinam com Mubadala, enquanto Botafogo, Cruzeiro, Guarani e Vasco permanecem indecisos

Em um desenvolvimento recente, a nova oferta do Mubadala para se tornar sócio da liga de futebol Libra teve uma resposta positiva, com 14 dos 18 clubes optando pela assinatura do MOU (Memorando de Entendimento) que oficializa o acordo com o fundo dos Emirados Árabes. 

Essa decisão marca um avanço significativo para a Libra e fortalece sua posição no cenário futebolístico brasileiro.

No entanto, ainda há quatro membros do grupo que não chegaram a uma decisão, nem assinaram o documento nem se juntaram ao Forte Futebol, uma alternativa ao acordo proposto pelo Mubadala. 

Esses clubes em questão são Botafogo, Cruzeiro, Guarani e Vasco, e estão avaliando cuidadosamente as condições estabelecidas pelo fundo árabe.

Dentre as condições impostas pelo Mubadala para a assinatura da proposta intermediária, que envolve um montante de R$ 4 bilhões, está a necessidade de pelo menos 18 clubes aderirem, incluindo sete entre os dez com os maiores valores. 

A Libra, atualmente composta por 18 membros, ainda não alcançou o primeiro fator necessário para a concretização do negócio com o Mubadala. 

No entanto, o segundo requisito já foi cumprido, abrindo duas possibilidades para que o acordo seja efetivado: caso os quatro clubes indecisos (Botafogo, Cruzeiro, Guarani e Vasco) decidam assinar o MOU, ou se quatro clubes do Forte Futebol optarem por trocar de lado.

A assinatura desse documento é crucial para que o negócio prossiga dentro da proposta intermediária, que envolve o pagamento de R$ 4 bilhões por parte do Mubadala, além de um depósito imediato de R$ 3 milhões como um sinal de boa vontade por parte do investidor estrangeiro. 

Indecisão nos bastidores: Botafogo, Cruzeiro e Vasco em meio as preocupações na adesão à Libra

Nos bastidores, a indecisão do Botafogo, Cruzeiro e Vasco em relação à adesão à Libra tem sido marcada por rumores e insatisfações que circulam há meses. Sendo os três primeiros clubes a se tornarem Sociedades Anônimas de Futebol (SAFs) no Brasil, a decisão agora cabe aos seus novos proprietários.

Essas equipes compreendem que Corinthians e Flamengo possuem torcidas maiores e agregam maior valor ao produto do Campeonato Brasileiro, o que levanta preocupações sobre a remuneração e a divisão dos direitos de transmissão, assim como o papel do futuro investidor nesse contexto.

Outra preocupação envolve questões de governança e a comissão prometida a intermediários, que pode chegar a 5% do valor total da operação, alcançando até R$ 250 milhões.

Desde que se juntaram à Libra, que foi inicialmente fundada apenas pelo Flamengo e pelos quatro grandes clubes paulistas, Botafogo, Cruzeiro e Vasco tentaram renegociar pontos de divergência com o grupo. 

Paralelamente, buscaram se aproximar dos membros do Forte Futebol. Inicialmente, foi formada uma comissão composta por oito clubes, quatro de cada lado, com representantes do Botafogo e do Cruzeiro em nome da Libra.

Embora no início as reuniões parecessem caminhar para um consenso positivo, em determinado momento houve desgaste. 

Dirigentes da Libra se incomodaram com a insistência do Forte em retomar pontos que eram considerados superados, como a distribuição do dinheiro da televisão com base no critério 40-30-30 – 40% iguais para todos os clubes, 30% com base no desempenho e 30% de acordo com fatores comerciais.

A tentativa de conciliação por meio dessa comissão perdeu força, e os dirigentes estão exaustos. Nesse contexto, em que há insatisfações em relação à Libra e poucos avanços na união com os membros do Forte Futebol, Botafogo, Cruzeiro e Vasco encontram-se em uma posição complexa.

Assinar com o Mubadala significaria aceitar os termos estabelecidos e finalizar o negócio, sem margem para alterações. 

Por outro lado, migrar para o Forte Futebol seria um movimento de alto risco, que poderia colocá-los em um bloco de menor valor comercial caso o futebol brasileiro não estabeleça efetivamente uma única liga, resultando em dois blocos para a venda dos direitos de transmissão.

O Mubadala é um fundo de investimentos dos Emirados Árabes, cujo capital é proveniente do fundo soberano do país. A subsidiária da empresa no Brasil, que também conta com recursos de investidores nacionais, é responsável por negociar a compra de uma parcela da futura liga.

Os investidores têm o objetivo de se tornarem sócios da liga para recuperar o investimento e obter lucro a longo prazo, com 20% das receitas futuras do Campeonato Brasileiro.

Já assinaram

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