Como está a situação da recuperação judicial do Cruzeiro?

O Cruzeiro caminha a passos largos rumo à elite do futebol nacional de 2023. Líder isolado da Série B do Brasileirão, com 11 pontos de frente em relação ao Bahia, segundo colocado, o clube estrelado entrará em campo neste domingo para encarar o Criciúma, no Mineirão. 

Com 58 pontos conquistados até aqui, uma vitória celeste no próximo compromisso fará com que o time de Pezzolano termine a rodada com 61 pontos, número que praticamente garantirá o Cruzeiro na Série A de 2023. Vale lembrar que a expectativa é para recorde de público no Gigante da Pampulha; os 61 mil ingressos disponibilizados foram vendidos.

Porém, fora de campo, a situação da equipe mineira ainda é delicada. O clube teve o pedido de recuperação judicial aceito em julho deste ano. A adoção da medida havia sido uma das principais ‘exigências’ de Ronaldo para finalizar o processo de compra da SAF da Raposa

Isso porque, com o regime sendo aceito na Justiça, a empresa, no caso, o Cruzeiro, adquire um alívio imediato em suas dívidas. O pagamento aos credores pode ser adiado para que a entidade preserve o equilíbrio fiscal com seus funcionários e outros negócios atuais. Desta forma, a empresa, basicamente, para de gerar novas dívidas. 

O caso do Cruzeiro na Justiça

No início deste ano, o Cruzeiro especificou uma lista de cerca de 800 credores, que, juntos, representam uma dívida de R$540 milhões. Com o regime de recuperação judicial, todas as ações contra o clube são suspensas temporariamente, para que a empresa busque acordos.

Para se ter uma ideia, se o pedido não tivesse sido aceito, o Cruzeiro seria obrigado por lei a efetuar o repasse mensal de 20% de suas receitas. Consequentemente, o clube entraria em um ciclo vicioso. O diretor de futebol da equipe, Pedro Martins, comentou sobre o momento

“A situação financeira do Cruzeiro ainda é preocupante. Qualquer clube que tem uma dívida bilionária tem uma situação financeira preocupante. Hoje ela está controlada, mas isso é diferente de falar que o clube está estável financeiramente”, afirmou o gestor. 

O advogado Thiago Cunha, especialista em direito esportivo, afirmou que este momento é essencial para a reformulação do clube. “Dá certa tranquilidade. Do ponto de vista civil, tem aquilo de certa forma equacionado. A recuperação judicial permite a concentração das dívidas, os credores se habilitam ali, negociam descontos”, detalhou.

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