Ex-zagueiro do Cruzeiro não poupa palavras e define culpado de derrota do clube no mundial

A final do Mundial de Clubes de 1997, disputada entre Cruzeiro e Borussia Dortmund, no Japão, ainda dá o que falar. Depois de 25 anos, João Carlos, ex-zagueiro do clube, abriu o jogo e resolveu contar dos bastidores do ambiente da final, em entrevista ao Superesportes.

O zagueiro colocou a culpa da derrota no relacionamento ruim que o elenco tinha. Segundo ele, o ambiente não estava bom, e deteriorou quando o ex-presidente Zezé Perrella fechou a contratação de quatro reforços para a disputa:  o zagueiro Gonçalves, o lateral-direito Alberto e os atacantes Donizete Pantera e Bebeto.

Quem foi o culpado?

Bebeto era justamente o que sofria mais rejeição, por conta de sua atitude: “O Bebeto não treinou nenhum dia desde o dia que ele chegou até o dia do jogo (final do Mundial). (Ficou) de chinelo. Isso causou um mal-estar muito grande no grupo”, disse.

“(O Bebeto) era um craque. Mas um exemplo (do clima ruim): chegava no Japão, nós íamos jantar, todo mundo. Tinha a sala, as mesas, todo mundo sentado. Quando o Bebeto entrava, ‘olha o chinelinho, o chinelinho chegou’. Ficava aquele ambiente ruim”, revelou.

Dentro de campo, a falta de entrosamento estava clara. O atacante brasileiro não recebia a bola, segundo o zagueiro:  “Chegou a esse ponto (de não tocarem para o Bebeto), porque até dentro do jogo reclamavam muito dele. E eu via que a reclamação era por causa do dia a dia, por tudo que aconteceu”. 

Na ocasião, Bebeto virou titular absoluto da equipe, mesmo após Marcelo Ramos ter feito uma grande temporada.

Controvérsias na premiação

O presidente do clube na época, Perrella, ia aplicar um bônus de  R$ 50 mil para a equipe dividir entre os jogadores.

Segundo ele, Bebeto, Gonçalves e Pantera receberam R$ 100 mil cada um, gerando um ambiente péssimo entre os atletas e as novas contratações. 

“Isso causou um mal-estar muito grande. Eu não falo o Alberto (lateral) porque falavam nesses três. Eu lembro que na reunião os jogadores não aceitaram o valor (de R$ 50 mil dividido). O Perrella virou e falou que iríamos jogar sem premiação. Os jogadores falaram que a premiação era só para os quatro que chegaram, que não teria para quem foi campeão da Libertadores” finalizou.

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